Este artigo ou secção necessita de referências de fontes secundárias confiáveis e independentes. (Agosto de 2023) |
Jones Manoel | |
---|---|
Nome completo | Jones Manoel da Silva |
Nascimento | 9 de janeiro de 1990 (34 anos) Recife, PE, Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Alma mater | Universidade Federal de Pernambuco |
Ocupação | Historiador, Militante, Youtuber, Professor |
Jones Manoel da Silva (Recife, 9 de janeiro de 1990) é um pensador, historiador, youtuber, professor de história, comunicador, escritor, militante comunista marxista-leninista e político brasileiro, conhecido pelo seu canal no YouTube denominado Jones Manoel. É graduado em licenciatura em história pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e mestre em Serviço Social pela mesma universidade.
Nascido e criado na Favela da Borborema, em Recife, ganhou fama na internet ao falar sobre marxismo e educação popular. Aos 14 anos, trabalhava a vender jornais no semáforo da sua cidade. Em 2011, com 21 anos, começou a cursar história na UFPE, e iniciou, em simultâneo, a sua militância no PCB. Já escreveu para a Revista Opera, Blog da Boitempo, Jornal "O Poder Popular", do PCB, assim como o seu sítio, para o Lavrapalavra, e participa no podcast Revolushow. Estreou a sua coluna em vídeo no canal do CartaCapital a 5 de agosto de 2020, onde pretende construir uma "espécie de glossário com temas fundamentais do debate político". Entende que "um dos grandes problemas do Brasil hoje é o baixo nível do debate político" e sugere como atuação a "pedagogia política".
No dia 12 de dezembro de 2021, anunciou a sua pré-candidatura como governador do Estado de Pernambuco pelo PCB, ficando 6º lugar na disputa com 33.931 votos. Em 2023, durante uma crise do partido, foi expulso do Comitê Central e logo após alguns dias do PCB em si.
É filho de Dona Elza, mulher negra que começou a trabalhar aos 8 anos, e que, aos 15, migrou para Recife para trabalhar como empregada doméstica, e Luis Manoel, nascido e criado na Favela da Borborema em Recife. Quando Jones tinha 11 anos, o seu pai foi assassinado, num crime que não foi solucionado até hoje. Cresceu com a sua mãe, e com a sua irmã mais velha, Juliana. Começou o seu processo de politização a partir do rap, através de artistas como Racionais MCs, Facção Central, GOG, Tupac Shakur, RZO, e também cresceu ouvindo forró — Cavaleiros do Forró, Calcinha Preta, Saia Rodada, etc.
A primeira vez que ouviu falar de marxismo foi numa música do Tupac, quando é citado Fidel Castro, e quando os Racionais MC's citam na música Jesus Chorou: "Malcom X, Gandhi, Lennon, Marvin Gaye, Che Guevara, Tupac e Bob Marley e o evangélico Martin Luther King". Era um conjunto de nomes que não conhecia. A primeira vez que teve curiosidade de saber quem era Malcolm X foi ao ouvir a música do GOG, Malcolm X foi a Meca e GOG ao Nordeste.
Com 20 anos, a partir de um amigo, conheceu o marxismo e passou a conseguir acesso a literaturas de esquerda. Aos 21 anos já se considerava comunista. As suas duas primeiras experiências de militância foram pleitear o cargo de presidente da associação de moradores da sua comunidade, mas diante de ameaças e intimidações teve que desistir. Em seguida, montou com o seu amigo Júlio César um curso popular chamado Novo Caminho, mantido por dois anos, e que ajudou mais de 20 jovens da Borborema e região a acessar instituições de ensino públicas. Jones foi um dos primeiros jovens da história da Borborema a entrar numa universidade pública, entrando no curso de história da UFPE em 2011.
Em 2013, após se envolver nas Jornadas de Junho, começou a militar na União da Juventude Comunista, a ala juvenil do PCB, e manteve-se nos anos seguintes como estudante e militante do movimento estudantil. Depois da graduação fez um mestrado em Serviço Social, também na UFPE, e nesse período passou a focar a sua militância em comunicação e educação popular. Manteve por anos um blog de relativo sucesso (mais de 300 mil acessos) e depois passou a trabalhar com um canal no YouTube, em 2017, com podcasts, e a escrever para vários meios e para iniciativas variadas de educação popular. Também atuou no movimento sindical e foi, por um curto período, professor de uma escola pública militar do estado da Bahia. Só em 2018, após as eleições presidenciais, o seu canal disparou. Em 2019 publicou a coletânea Revolução Africana, que, em outubro de 2020, já tinha vendido por volta de 9 mil exemplares. O impacto que o livro teve, mais o crescimento do seu canal, fez com que Manoel cedesse o seu trabalho como professor concursado à venda de livros e de cursos de educação online. Uma candidatura do escritor para vereador da Câmara Municipal do Recife, nas eleições de 2020, foi ponderada pelo PCB, mas não se chegou a realizar, com Jones Manoel dizendo que "nós entendemos que eu gastaria muito tempo na campanha e não conseguiria continuar com meu trabalho de propaganda".
Jones Manoel | |
---|---|
Carreira no YouTube | |
Servidor(es) | Youtube |
Período de atividade | 2017—presente |
Inscritos | + 301 mil |
Visualizações | + 23,1 milhões |
Dados de Abril de 2024 |
Depois disso, continuou a militar no PCB. Continuou a buscar atuar na popularização e divulgação do marxismo e do programa denominado de Revolução Brasileira, mantém as iniciativas do canal no YouTube, participa do Revolushow, autointitulado como o maior podcast marxista do Brasil, dirige com o Gabriel Landi a coleção Quebrando as Correntes (publicada pela editora Autonomia Literária), e é professor do curso "Domenico Losurdo e Frantz Fanon: uma introdução ao marxismo anticolonial" na plataforma Classe Esquerda. Segundo o historiador, tenta usar o YouTube como uma plataforma cruzada, "faço um vídeo, eu indico livros, coloco links na descrição, tento levar as pessoas para esses conteúdos e para as atividades de rua, e potencializar a organização prática".
A 6 de janeiro de 2020, é publicada uma entrevista de Caetano Veloso a Jones Manoel no Mídia Ninja. Posteriormente, o artista afirmou numa entrevista no programa Conversa com Bial, na TV Globo, que desistiu das suas posições liberaloides a partir de vídeos que assistiu do historiador e youtuber Jones Manoel e dos livros que leu do filósofo italiano Domenico Losurdo.
Em dezembro de 2020, Jones Manoel foi denominado num relatório governamental como detrator por ser um "crítico contundente do governo Bolsonaro", tecer fortes críticas à grande mídia, entre outros. O documento aconselhou o monitoramento das suas publicações. Em julho de 2021, o secretário Especial de Cultura incumbente, Mário Frias, fez uma publicação racista no Twitter sobre Jones Manoel, chegando a ser removido pela rede social. Após o ataque, Jones respondeu dizendo "olha o ex-ator frustrado e atual fascista cometendo um crime de racismo diário", e recebeu o apoio solidário de várias personalidades, como Gregório Duvivier e Manuela d'Ávila.
Em dezembro de 2021, o Partido Comunista Brasileiro anunciou a pré-candidatura de Jones Manoel ao governo do Estado de Pernambuco nas eleições de 2022.
Em maio de 2022, Jones participou das gravações do videoclipe da música "Conchinha" de sua camarada de partido, a médica, cantora e pré-candidata a deputada federal Júlia Rocha, que o entrevistou para sua coluna no UOL em janeiro do mesmo ano.
Em outubro de 2022, em sua primeira eleição, Jones Manuel fica em 6º lugar na disputa ao cargo de governador do estado de Pernambuco pelo PCB, obtendo 33.931 votos, o que corresponde 0,69% do eleitorado.
Em julho, durante a Crise do PCB em 2023, Jones foi expulso do Comitê Central do PCB (para o qual fora eleito em 2021), alguns dias depois foi expulso do partido junto de outras lideranças famosas e proeminentes como o ex-secretário geral Ivan Pinheiro.
Ano | Eleição | Coligação | Partido | Candidato a | Votos | Resultado |
---|---|---|---|---|---|---|
2022 | Estadual | sem coligação | PCB | Governador | 33.931 (0,69%) | Não eleito |